Uma funcionária da Laser Fast, que concedeu entrevista à coluna Na Mira em condição de anonimato, detalhou o desespero e o terror vividos por clientes que estavam procurando pela unidade em que ela trabalhava, no Gama, para conseguir os procedimentos estéticos pelos quais já haviam pagado.
A mulher relatou que as pacientes chegavam já agressivas, exigindo atendimento. Elas haviam adquirido pacotes em outras unidades, mas o contrato ainda estaria vigente. A vítima foi contratada em dezembro do ano passado, como consultora de vendas, mas se afastou do serviço por questões de adoecimento psíquico, devido à pressão enfrentada na rotina de trabalho.
Veja algumas imagens:
1 de 3
Print mostra mensagem da funcionária com a chefe da unidade do Gama
Reprodução
2 de 3
Print da carteira de trabalho da funcionária
Reprodução
3 de 3
Dono da Laser Fast, o coach David Pinto, com 962 mil seguidores
Reprodução
A mulher relatou que nos últimos meses, os funcionários estavam sendo ameaçados por clientes devido à falta de respostas eficazes por parte dos canais oficiais da empresa. Ela revelou, ainda, que a situação se tornou insustentável com a redução do número de colaboradores.
“Ladra, mentirosa”
A funcionária disse que no último dia de trabalho, ela foi surpreendida por seis clientes que a chamaram de ladra e mentirosa, fazendo uma pressão intensa para serem atendidas. Ela destacou também que todos os trabalhadores já estavam enfrentando problemas trabalhistas com a Laser Fast como falta de FGTS, do 13º salário que não foi pago, falta de comissão, irregularidades no vale-alimentação, além de salários atrasados desde março.
Ouça o relato da vítima:
“Não temos respaldo, nem respostas dos responsáveis pela empresa. O dono da Laser Fast, o coach David Pinto, com 962 mil seguidores, não oferece nenhuma resposta ou solução”, afirmou a mulher.
Entenda o caso:
Em março, a coluna Na Mira recebeu uma denúncia de uma cliente de 29 anos, que registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal. Ela contratou um pacote de depilação na Laser Fast em 2024, no valor de R$ 1,1 mil e não fez os procedimentos, por causa do fechamento de algumas unidades.
Ao postar um vídeo nas redes sociais, uma enxurrada de seguidores de vários estados comentou que havia passado pela mesma situação.
Em 7 de abril, o Procon-DF suspendeu as atividades da empresa Laser Fast Depilação a Laser em todo o Distrito Federal. A época, a instituição registrou ao menos 160 reclamações de clientes, com volume maior a partir do fim de 2024. O MPDFT acionou a Justiça do DF (TJDFT), que determinou a suspensão das atividades da loja. Em 29 de abril deste ano, o TJDFT bloqueou os bens da Laser Fast Depilação Ltda.
A empresa soma 37 mil reclamações e deixou de responder 13 mil.
MP vai notificar filiais da Laser Fast em Orlando, nos EUA, sobre a decisão judicial de suspensão das atividades.
Veja prints da denúncia revelada em primeira mão ao Metrópoles:
1 de 10
Atendente passa os planos e valores para a vítima lesada
2 de 10
Cliente cobra respostas e é ignorada após contratar plano
Reprodução
3 de 10
Sem conseguir contato, cliente lesada avisa que vai registrar ocorrência
4 de 10
Cliente de São Paulo reclama da Laser Fast
Reprodução
5 de 10
Mulher fala que loja de Mogi das Cruzes foi fechada pela Vigilância Sanitária
6 de 10
Unidade fechada em um shopping em Taguatinga
Reprodução
7 de 10
Cliente diz que a perna dela foi queimada
Reprodução
8 de 10
Uma mulher propõe fazer um grupo reunindo todas as mulheres que tiveram problemas com a empresa
Reprodução
9 de 10
Em Minas Gerais, também tiveram casos
Reprodução
10 de 10
Uma vítima em Maceió também encontrou a loja fechada
Reprodução
A coluna Na Mira tenta localizar a defesa da Laser Fast do Gama e de David Pinto. O espaço segue aberto para posicionamentos.